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20 julho 2023 | 15h10 |
Dois anos depois, no dia 18 de julho de 2023, e sem que nada tivesse sido feito pela CMC (propositadamente) para dar cumprimento àquela Resolução, Carlos Carreiras declara, em reunião de Câmara, que “A Quinta dos Ingleses é tudo menos um espaço verde” e que a destruição da mesma “Não tem um custo ambiental expressivo” (cfr.: https://youtu.be/YZ2ef_Fa0n4) e faz aprovar a destruição da Quinta dos Ingleses, com a aprovação dos contratos e da execução do plano de pormenor que levará à construção de 850 apartamentos, três hotéis, shopping, etc. na área da Quinta dos Ingleses e à destruição total daquele ecossistema e da sua diversidade biológica, com extinção, a curto-prazo, da Praia de Carcavelos.
A enormidade e falta de senso destas afirmações (contrariadas pela Assembleia da República, pelo ICNF e até pela CCDR-LVT), proferidas pelo (ainda) Presidente da Câmara de Cascais, leva a duvidar que Carlos Carreiras saiba o que é a Quinta dos Ingleses, aquecimento global, destruição do ambiente, ecocídio, etc.. Mas não apenas ele: também Miguel Pinto Luz. Com efeito, se Carlos Carreiras não está em condições de perceber a importância única da Quinta dos Ingleses (como dos restantes espaços naturais e históricos do concelho) para a preservação das características, qualidade de vida e salvaguarda da saúde e bem-estar das gerações presentes e futuras, seria de esperar que o número dois do executivo camarário e seu putativo sucessor a curto-prazo viesse pôr tino onde ele manifestamente falta. Mas não. Muito pelo contrário: se já antes da Resolução da Assembleia da República Miguel Pinto Luz afirmava que a construção na Quinta dos Ingleses era para avançar, agora, mais recentemente, veio, com o ímpeto de arauto do “progresso” que gosta de exibir, falar, deslumbrado, das maravilhas da construção de diversos hotéis de cadeias internacionais em Carcavelos e no Parque Natural Sintra-Cascais. Que o número dois da Câmara e do PSD tenha uma visão tão desfasada da realidade e limitada da importância da conversação e beneficiação destes pulmões essenciais para Cascais e para o País, quando as temperaturas batem recordes, num Mundo à beira da catástrofe climática, é bem revelador das mãos em quem está entregue o nosso futuro e o das gerações vindouras e do novo-riquismo reinante por estas bandas.
Bem pode o executivo camarário dizer que planta muitas árvores (que depois morrem por falta de irrigação), que lhes põe chips ou que há um espaço verde a menos de 300 metros de cada habitante de Cascais; bem pode a CMC participar em conferências, ganhar prémios ou fazer outdoors “verdes”; bem podem Carlos Carreiras e Pinto Luz receber o Papa Francisco, que é manifesto que nunca devem ter lido (e muito menos interiorizado) a Encíclica Papal sobre a importância da preservação da natureza. A hipocrisia e a falta de visão desta gente é aterrorizadora!
A população já sabe que Cascais está a ser vilmente destruída, num inferno cada vez maior de construção megalómana e prejudicial, e que o greenwashing em Cascais é permanente e nos custa muito dinheiro. Que fique, pois, aqui escrito isto, para memória futura: a consumação da destruição de Cascais, da Quinta dos Ingleses, da Praia de Carcavelos e do Parque Natural Sintra-Cascais tem dois nomes: Carlos Carreiras e Miguel Pinto Luz, principais responsáveis políticos e , portanto, vilões desta triste história. A destruição de Carcavelos e Parede, da Quinta dos Ingleses e da Praia de Carcavelos tem quatro nomes: os dois anteriores, o da Alves Ribeiro e o do St. Julian’s. Infelizmente, sofreremos todos as consequências disso (sem nenhuns benefícios).
O Mundo estoira de calor e esta gente destrói 50 hectares de área verde e põe em risco a Praia de Carcavelos para construir casas para multimilionários. RIP Cascais (alegadamente o melhor sítio para se viver).
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